A tarde é o teu berço de criança.
A dar-te rondas fez-se o mar de espuma
E o céu, como um docel, tecido a bruma,
Prende-se em cima ao Arco da Aliança.
Vê com que jeito o vento te balança
E de aragens salinas te perfuma,
Conta-me agora as magoas, uma a uma,
Como se fora tua Mãe, descansa...
Não vês?...o nosso barco mal balança
Deita-te e vamos para o largo á vela,
Onde ninguém nos veja, nem nos ouça
Conta as mágoas na mágoa da tardinha
Oh! Mar arrenda a espuma, tem cautela...
Oh! Vento embala-me esta criancinha!...
(Jaime Cortesão).
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