TARDES DE TOLEDO
Diluído numa taça de oiro a arder
Toledo é um rubi. E hoje é só nosso!
O sol a rir...Vivalma... Não esboço
Um gesto que não me sinta esvacer...
As tuas mãos tacteiam-me a tremer...
Meu corpo de âmbar, harmonioso e moço
É como um jasmineiro em alvoroço
Ébrio de sol, de aroma, de prazer!
Cerro um pouco o olhar onde subsiste
Um romântico apelo vago e mudo,
-Um grande amor é sempre grave e triste.
Flameja ao longe o esmalte azul o Tejo....
Uma torre ergue ao céu um grito...
Tua boca desfolha-me num beijo...
Florbela Espanca.